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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Encenação - Natal no Tribunal

·         Na cadeira dos réus está o Natal.
·         Advogados acusam ou defendem tentando definir se o Natal é importante no novo milênio.
·         Igreja, ceia, menino, comércio... são testemunhas.
Cenário
Um Tribunal: Bandeiras do Brasil, do Estado, do Município; Mesa, Cadeira do juíz, Martelo, Cadeira para o Réu, notebook, secretária...
Estão nos seus lugares a secretária, os dois Advogados e os 7 Jurados
SECRETÁRIA: Todos de pé para receber o Sr Juiz.

Entra o Juíz - todos se levantam / depois se sentam...

JUÍZ: Senhores e Senhoras presentes. Estamos reunidos neste julgamento extraordinário, para decidir o futuro do Sr. Natal. Ele nasceu no ano de 354 d.C, instituído pela igreja romana para celebrar o nascimento de Jesus Cristo aqui na terra como Salvador da humanidade. De lá pra cá, ele foi tomando outras proporções e deixando seu caráter cristão para se tornar mais um símbolo comercial para o mundo. Hoje receberemos algumas testemunhas que falarão a respeito do seu caráter e de sua importância neste novo milênio, e no final, decidiremos qual será o futuro do réu.
Secretária, faça-o entrar, por favor.

SECRETÁRIA: Que entre o réu , Sr Natal.

O réu entra acompanhado de um segurança. e música de suspense.

JUIZ: Com a palavra a defesa.

ADVOGADA DE DEFESA: Obrigada Meritíssimo! Senhores jurados. Hoje estou aqui para defender o caráter cristão do natal. Para dizer que esta data é muito importante para o mundo, pois sem ela não existiria a possibilidade de comemorarmos a ressurreição de Jesus. Pois é no natal que comemoramos o nascimento de Cristo. Quero trazer de volta o seu verdadeiro significado e defender o verdadeiro natal, o natal de Jesus Cristo.

JUIZ: Com a palavra a acusação.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Senhor Juiz, senhores jurados... Estou aqui para mostrar que estamos em um novo milênio, em uma nova era, e que precisamos nos adaptar às novas mudanças. Estou aqui para mostrar que o verdadeiro natal é aquele que nos faz feliz, que nos acrescenta de alguma forma. Nada mais justo, continuarmos comemorando o natal como uma data lucrativa e festiva, onde as pessoas se juntam para comer, beber, gastar e esquecer os seus problemas e os da sociedade.

JUIZ: Neste momento, os advogados de defesa e acusação irão interrogar a testemunha.

ADVOGADA DE DEFESA: Sr Natal, gostaria de saber qual é a sua origem neste mundo?

NATAL: Como o Ser Juiz já me apresentou, eu nasci para celebrar o nascimento de Jesus.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Sr Natal, e como tem sido esta celebração?

NATAL: As pessoas comemoram com ceias de natal, amigo oculto e com o papai Noel entregando presentes.

Os jurados começam a resmungar

JUIZ: Ordem no tribunal...
Vamos começar a ouvir as testemunhas deste caso. Secretária, quem é a primeira testemunha?

SECRETÁRIA: É a Sra. comerciante, Meritíssimo.

JUÍZ: Pois faça entrar o Sra. Comerciante.

SECRETÁRIA: Que entre no tribunal o Sra. Comerciante.


·         Entra a comerciante
        Música - Já é Natal na Leader
·       (É trazida uma com muitas bolsas de compras com a palavra "COMÉRCIO" bem visível na frente e atrás)


ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Sra. Comerciante, qual é a  época do ano mais rentável para a senhora?!

COMÉRCIO:  Sem dúvida, a melhor época do ano para mim é o Natal!

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Mas, explique por que isso?

COMÉRCIO: É porque dá mais emprego, vende mais, as pessoas só querem comprar, gasta muito mais dinheiro!

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: E a Sra.. Acha que o Comércio depende do Natal, ou o Natal que depende do Comércio?

COMÉRCIO:  Ora... Ora... O que seria do Natal sem o Comércio? O que seria do Natal sem as comprars, os presentes? Qual seria a alegria das crianças e dos adultos? O Comércio é a grande estrela do Natal!...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Muito obrigada. Sem mais perguntas Meritíssimo.

JUÍZ: Com a palavra o Advogado de defesa.

ADVOGADA DE DEFESA:  Sra. Comerciante! Se a grande alegria do Natal é o que a Sra. produz, como explicar a tristeza que muitos sentem neste dia? Mesmo com tantos presentes, compras e gastos, nem todos se sentem felizes neste dia. A Sra. falou dos empregos gerados durante o tempo do Natal mas, e como ficam as pessoas depois desse período?. Além disso, não podemos esquecer que muitas crianças e até adultos não podem ganhar ou comprar presentes, e isso traz muita frustração. Mas isso não é o pior: como dizer que o sentido do Natal é o Comércio para aqueles que nada conseguiram comprar ou, se compraram, não conseguem pagar as prestações e tem o seu nome sujo no SPC? Não! O Natal não depende da Sra para continuar sendo o VERDADEIRO NATAL!

COMÉRCIO:  Bom... Na verdade o SPC, a frustração, a tristeza, os sentimentos... Isso não me interessa. Isso não é problema meu (Olha para o público e diz:) Agora neguem: vocês conseguem dizer não a uma boa propaganda na porta? E quem nunca parcelou suas compras em até 10 vezes?!

JUÍZ: - bate o martelo - Por gentileza, Sra Comerciante! Sem manifestações neste tribunal.

ADVOGADA DE DEFESA: Obrigada Meritíssimo. Sem mais perguntas.
(O Sr.. Comércio fica em um lado, visível, no palco, para o visual impressionar mais a platéia)

JUÍZ:  A testemunha pode se retirar. Secretária, quem é a próxima testemunha?

SECRETÁRIA: Agora é a vez da Sra. Igreja, meritíssimo.

JUÍZ: Pois faça entrar a Sra. Igreja.

SECRETÁRIA:  Que entre no tribunal a Sra. Igreja.

·         A IGREJA ENTRA
·         Música - A Igreja Vem (Anderson Freire)
·         É trazida uma pessoa vestida roupa social, bíblia  e com a inscrição IGREJA bem visível a todo o público.

ADVOGADA DE DEFESA:  Sra. Igreja. Como é do seu conhecimento, o Natal está sendo julgado e o seu testemunho é muito importante. Diga-nos: qual é o verdadeiro sentido do Natal?

IGREJA:  É relembrar o nascimento de Jesus, o grande presente que Deus nos deu, e que não perde a graça e nem o valor no dia seguinte. Um presente que não deixa as pessoas atoladas em dívidas pelo resto do ano. Mas pelo contrário, que nos enriquece de paz, amor, esperança e salvação. O verdadeiro Natal é Jesus, o presente que Deus ofereceu para salvar toda a humanidade.

ADVOGADA DE DEFESA: Infelizmente, Sra.. Igreja, o Natal está virando um simples motivo para compras e vendas. O que a Sra está fazendo para combater esta triste mentalidade das pessoas?

IGREJA: Bom.... nós continuamos ensinando e pregando a Palavra de Deus. Nos reunimos em Cultos, ensinamos as pessoas que mais importante do que as coisas materiais é buscar o reino de Deus e a salvação da nossa alma.

ADVOGADA DE DEFESA: Ok! Muito obrigado! Não tenho mais perguntas.

JUÍZ:  Com a palavra o Sr. Advogado de Acusação.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Sra. Igreja. Vocês se reúnem, aprendem, cantam, fazem reuniões, planejam e, acredito eu, oram pelos necessitados. Certo?

IGREJA:
  Sim! Sem dúvida!

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Mas, vocês acham que isso enche a barriga dos pobres e miseráveis que vivem por aí? Sra. Igreja, sem falsidade! A Sra disse que o Natal é o presente de Deus ao mundo, um presente que traz paz, amor e esperança. De que adianta tudo isso?! Pelo que eu sei, a Bíblia, que vocês usam diz: "De que adianta a fé sem obras? É coisa morta em si mesma". Eu pergunto: o que vocês fazem na prática para combater a fome do mundo?

IGREJA:  Nós ofertamos , contribuímos com mantimentos para ajudar aos irmãos mais pobres e sempre que sobra, enviamos para nosso asilo ajudando aos velhinhos.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  - chateando diz: E todos contribuem por esta causa?

IGREJA: -
abaixa a cabeça
Bom, seria o ideal, mas uns esquecem, outros também passam dificuldades e, outros talvez não entenderam ou não aceitaram ainda o sentido de AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Sr. Juiz. Ignoro a testemunha e afirmo que esse Natal de Jesus - que traz paz, amor e esperança - é um sonho, uma propaganda enganosa e não pode mais continuar. “Afinal, já diz o livro que os cristãos usam: “Quem não ama a seu irmão a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê.” e "Todas as vezes que fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste".

JUÍZ: A Sr pode se retirar. Vamos para a próxima testemunha.

SECRETÁRIA:  A próxima testemunha é a dona Ceia. Por favor, que entre no tribunal.

·         Dona Ceia entra
        Música - Quero comer (Aline Barros)

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Dona Ceia!...
.
CEIA: Uma observação: para que ninguém me confunda, meu nome todo é Dona Ceia Natalina.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Perdão, dona Ceia Natalina. Todos os dias as pessoas fazem refeições, e isso acaba virando rotina. Por que a Sra.. Acha que nesta época de Natal a Sra.. Seria tão especial?

CEIA: Ora! Sem comentários! Vão querer me comparar com o arroz e o feijão de todo o dia? Por favor, né!...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Então a Sra.. Acha que o personagem principal do Natal é a Sra?!

CEIA: Acho? Não!... Tenho certeza que sem a minha presença o Natal nem existiria. Natal sem a minha presença é um feriado sem sentido. Afinal, eu preparo os estômagos e fígados para a chegada de alguém tão importante quanto eu: O PAPAI NOEL. Sem dúvida, eu sou a responsável pelas grandes alegrias do Natal, pois afinal de contas, o que seria deste feriado se as pessoas não se empanturrassem de comida? - gargalhada

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Bom, diante do explicado, não tenho mais perguntas.

JUÍZ: Com a palavra a Defesa.

ADVOGADA DE DEFESA:
A Sra disse que é responsável pelas grandes alegrias do Natal. Mas o que a Sra diz da ressaca, dor no estômago, enxaquecas, brigas e ressentimentos de muitas pessoas no dia seguinte?!

CEIA: Me poupe de detalhes desinteressantes... Isso tudo faz parte da festa! Natal é isso mesmo!

ADVOGADA DE DEFESA:  Mas, e quantos nessa cidade e nesse país não tem o que comer? A Sra se sente feliz sabendo que nas Ceias haverá tanto desperdício? A Sra acha que só traz alegrias, então não seria mais justo dividir a comida com os mais necessitados do que vê-los nas lixeiras comendo os restos do dia anterior? Dona Ceia! Esse não é o Verdadeiro Natal. Isto não é o que queremos nas ruas. Sr. Juiz, estou satisfeita e gostaria que entrasse a próxima testemunha.

JUIZ: E qual é a próxima testemunha?

SECRETÁRIA: Agora nós temos uma testemunha que é brincadeira.... ela é conhecida como Amigo Oculto.

JUÍZ:  Que entre então essa testemunha.

·         Ela entra toda de preto com um ponto de interrogação no rosto e na roupa escrito: amigo(a) secreto(a)
       Música - Amigos do Peito (Patati e Patatá)

JUÍZ: Vamos lá.... quem vai começar agora?!

ADVOGADA DE DEFESA: Eu Meritíssimo! Bom, gostaria de começar com uma simples pergunta, qual a sua importância para o réu?

AMIGO OCULTO Minha importância?! (risos) Eu sou a alma dele, sem a minha presença ele ficaria incompleto, sem graça... ele não sobreviveria (risos)

ADVOGADA DE DEFESA:  Se sua presença agrega de fato ao natal, por que alguns a apelidam de inimigo oculto? Por que muitos evitam participar dessa brincadeira? E por que a cada ano fica mais rara a satisfação de seus participantes?

AMIGO OCULTO  desconsertada – Bom! Acho que você deveria fazer essas perguntas aos participantes e não a mim.

ADVOGADA DE DEFESA: Mas você é a testemunha.

AMIGO OCULTO: Mas eu não sou obrigada a unir pessoas que não se gostam, nem responsável pelos presentes dados e muito menos de trazer paz.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Posso fazer um pergunta, Meritíssimo?

JUIZ: Pode sim.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Mas a senhora não acha, que suas brincadeiras acrescentam ao Natal, e que sem elas a festa se tornaria meio sem graça?!

AMIGO OCULTO: Claro...Eu gosto mesmo é da bagunça, do tumulto, do barraco – gargalhadas

·         Começa o alvoroço entre os jurados, as testemunhas e advogado de defesa.

JUÍZ: (..........................) Ordem, ordem... Não quero desordem em meu tribunal. A testemunha pode se retirar. Vamos chamar a próxima testemunha secretária. Vamos seguir.

SECRETÁRIA: A próxima testemunha é o Sr. Pedrinho.

JUÍZ: Pois então faça entrar no tribunal esse tal de Sr. Pedrinho

SECRETÁRIA: Que entre no tribunal o Sr. Pedrinho.

(É trazido um ex-menino de rua, bem vestido e arrumado, com ares de bem-educado...)
Música: Jesus Cristo mudou meu viver.

JUÍZ: Hum!... Que estranho! Aqui consta que o Sr. é menino de rua. Até que para um menino de rua o Sr está bem apresentável.

PEDRINHO:  Meritíssimo, há um engano no seu relatório. Agora eu sou um "ex-menino de rua". Há um bom tempo não vivo mais na rua.

JUÍZ: Certo! Com a palavra então a Sra.. Advogada de Defesa.

ADVOGADA DE DEFESA:  Pedrinho nos conte como você conseguiu sair das ruas...

PEDRINHO: Olha, doutora. É uma longa história. Sempre tive curiosidade de conhecer a origem do Natal, e um dia, eu resolvi conhecer a verdadeira história.

ADVOGADA DE DEFESA: Pois não.... Prossiga Pedrinho!...

PEDRINHO: Então... uns me diziam que Natal era comilança, outros que era troca de presentes... eu andava bem confuso. Mas foi então que um moço me explicou  que o Natal era uma data onde celebrávamos o nascimento do Filho de Deus - que tinha vindo ao mundo, para trazer esperança, amor, paz, perdão dos pecados e salvação eterna. O moço me levou em uma igreja e, pela primeira vez, eu pude participar de uma Encenação de Natal. Sabe, foi maravilhoso... Foi inesquecível...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Protesto! Meritíssimo. A testemunha está sendo induzida!

JUÍZ: Seja específica, Sra. Advogada e não manipule a testemunha ou terei que aceitar.

ADVOGADA DE DEFESA:  Mas, Meritissimo...

JUÍZ: Sem "mas"... Prossiga, ou seremos obrigados a descartar esta testemunha.

ADVOGADA DE DEFESA: com cara de descontentamento -  E a descoberta do Verdadeiro sentido do Natal mudou sua vida? Por isso que você está com essa educação melhor, as roupas... Com certeza as pessoas daquela igreja não esqueceram de você e lhe estão ajudando sempre...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Protesto, Meritíssimo! A testemunha está sendo induzida novamente... E além do mais, Meritissimo, quem garante que estas roupas não são roubos por parte da testemunha!?...

JUÍZ: Protesto aceito!...

ADVOGADA DE DEFESA: Protesto, Sr. Juíz! Meu colega está fazendo uma acusação sem provas!

JUÍZ: Protesto negado! Contenha-se... Prossiga, Sra.. Advogada de Acusação.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Obrigado, Meritíssimo! Bom... Como eu ia dizendo, este menino não tem a mínima condição de ajudar neste tribunal. Seus antecedentes não lhe favorecem. Sugiro que a testemunha seja descartada.

JUÍZ: Sugestão aceita! O Sr.. Pedrinho pode se retirar do recinto.

ADVOGADA DE DEFESA:  Mas isso é arbitrariedade. O menino tem um passado de pequenos furtos e delitos, mas hoje sua vida é diferente. Ele descobriu que o Natal é perdão que vem de Deus. Ele pode ajudar para que o verdadeiro Natal permaneça nas ruas, casas e corações neste novo milênio. Esse menino é uma pessoa, e a sociedade deve perdoá-lo e não discriminá-lo.

Bate o martelo com veemência

JUÍZ: Retirem a testemunha.... E o Sr. se contenha-se ou receberei isso como desacato.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: - com ironia - Obrigado, Meritíssimo.

JUÍZ: Ouviremos agora a última testemunha. Secretária, parece que hoje vai vir no tribunal o bom Velhinho Papai Noel. É verdade isto?

SECRETÁRIA: Sim, Meritíssimo. Hoje neste tribunal, até o Papai Noel vai testemunhar.

JUÍZ: Pois então, faça-o entrar.

SECRETÁRIA: Que venha o bom velhinho Papai Noel.

Fundo musical de sininhos natalinos

JUÍZ: (.................................) Com a palavra a Acusação.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Papai Noel. Desde que esse mundo é mundo, o Sr.. tem se preocupado em alegrar as pessoas. O seu trabalho, com certeza, é muito gratificante. Fale um pouco dos seus afazeres, especialmente desta época de fim de ano...

NOEL:  Bom, de fato, minha agenda está lotada neste fim de ano. Não é fácil ser o centro das atenções. Quase nem vinha a este julgamento, mas já que a Sra. foi tão insistente, e disse que.......

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: - Dá uma boas tossidas Bom, (pigarreia) me fale do seu trabalho, Papai Noel, deixe os detalhes para outra hora! Ok!?

NOEL:  Sim... Sim... Estou até estressado. São muitas entregas, muitos presentes, muitas trocas de presentes - brinquedos com defeitos - o controle de qualidade não está muito bom - ou as mercadorias são do Paraguai, pois quase não duram nada. Acho também que as correspondências estão um pouco atrasadas. Mas, apesar dos pesares, vamos trabalhando bastante, pois Natal é isso mesmo! Sem Papai Noel, nem tem graça...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  Se o Sr. se aposentasse ou desanimasse, será que continuaria existindo o Natal?...

NOEL: Olha, não gosto de falar de mim mesmo ou de me exaltar. Então, prefiro não responder.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Mas essa pergunta é fundamental! (Pede licença ao público e cochicha no ouvido do Juíz)

JUÍZ: - fala ao público - É que a Advogada pediu para eu permitir que ela chame algumas crianças da Platéia aqui a frente. Tens a permissão, Sra.. Advogada de Acusação.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  - já combinado, chama algumas crianças - estas vem à frente - ele lhes dá alguns doces - e diz:  - Queridas crianças. Agora a palavra de vocês é muitíssimo importante: por acaso vocês sabem que é, ou já ouviram falar de um tal de Jesus Cristo?

Criança 1: Jesus Cristo?!... Em que canal da TV ele se passa?!...

Criança 2: Jesus? Se não me engano, a minha vó um dia me falou... Mas faz tanto tempo... Não era um homem que voava e que era forte porque os seus cabelos eram compridos? Na verdade, eu não sei direito...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO:  - mostrando-lhes o Papai Noel - E ele, vocês conhecem?!...

Crianças: -
olham a ele e gritam juntas alegres - PAPAI NOEL. Nossa! Já é Natal de novo?

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Diante dessa manifestação será preciso mais perguntas, para que os jurados decidam qual o Natal que ficará nas ruas, casas e corações daqui para frente?

JUÍZ: Vocês, crianças podem voltar aos seus lugares.


As crianças se retiram


 JUÍZ: Sra. Advogada de Defesa, a testemunha é sua.

ADVOGADA DE DEFESA:  Só tenho uma pergunta, Meritíssimo...

JUÍZ: Pois faça essa pergunta.

ADVOGADA DE DEFESA:  Papai NOEL:   em que você se inspirou quando começou a presentear as crianças e adultos?

NOEL:  Por gentileza, repita a pergunta. Estou ouvindo meio mal...

ADVOGADA DE DEFESA:  Em que o Sr. se inspirou quando começou a presentear as crianças e adultos?

NOEL:   Me inspirei no amor que Deus teve pelas pessoas quando presenteou seu Filho Jesus Cristo ao mundo. Apenas copiei a idéia mas, reconheço que, por mais que eu trabalhe, apenas copiei uma idéia...

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Papai Noel, o Sr.. Falou demais! Estragou tudo! Tem noção do que acabou de dizer?...

ADVOGADA DE DEFESA: Protesto Meritíssimo, a acusação está coagindo a testemunha.

JUIZ: Protesto aceito. A testemunha pode continuar.

NOEL:  Como eu ia dizendo, é a mais pura verdade! Apesar de todo o meu esforço em entregar presentes, reconheço que eles dão apenas uma alegria passageira. Já cansei de ver isso!...

ADVOGADA DE DEFESA: De minha parte não tenho mais perguntas.

ADVOGADA DE ACUSAÇÃO: Eu também dou por encerrada minhas perguntas.

JUÍZ: Já que todas as testemunhas foram ouvidas. A decisão agora é com os senhores jurados. Baseados em todos os argumentos dados, vocês vão votar para decidir se o Natal deve continuar sendo cultivado na sociedade como uma data comercial ou deve voltar a sua originalidade e retornar aos padrões cristãos.


RECESSO PARA A VOTAÇÃO DOS JURADOS

Neste momento os jurados votam e entregam um papel ao Juiz
O Juíz anuncia os resultados dos votos dos Jurados:


JUÍZ: Senhoras e senhores presentes. Vou ler agora o resultado da votação dos jurados.
3 votos para que o natal continue uma data comercial,
3 votos para que o Natal volte a sua originalidade, e
1 voto em branco.
Portanto, deu empate na votação inicial. Por gentileza, senhores jurados. Como a questão é muito importante, peço que haja nova votação, pois não podemos permitir voto em branco e muito menos um empate.

UM OLHA PARA O OUTRO; HÁ UM SILÊNCIO GERAL

De repente um dos jurados se levanta e diz:

JURADO: Meritíssimo, reconhecemos que é muita responsabilidade tomar essa decisão, por isso, gostaria de pedir ao Sr que deixasse que o público nos ajudasse.

JUÍZ: Bom. Nunca tivemos um caso assim, mas acho correto. Aceito a sugestão.

·         O juiz se dirige ao Público

JUIZ: ao público – Gostaria que todas as pessoas que desejam que o natal volte a sua originalidade, celebrando o nascimento de Jesus Cristo, numa festa cristã, levantassem suas mãos.

Espera o público se manifestar.

JUÍZ: - ao público - Agora todos que preferem que o natal seja comemorado apenas como um feriado normal e comercial,  levante a mão.

Espera o público se manifestar.

JUÍZ: Senhoras e Senhores. Atenção para o resultado final. Levante-se réu, para ouvir a sua sentença.


JUÍZ: Fica decidido de forma extraordinária, pela maioria dos votos, que o réu continuará em liberdade, no entanto, sua missão de agora em diante é trazer ao mundo sua originalidade, sua essência e verdadeiro sentido, mostrando ao mundo que Jesus Cristo é o verdadeiro Natal e que sem Ele, presentes, comidas e festas não tem nenhum valor.


JUÍZ: Bate o martelo e diz: Está encerrado este julgamento.

E TODOS CELEBRAM A VITÓRIA
MÚSICA: Vem chegando o Natal (Aline Barros)